Stablecoins: o que são e por que estão ganhando espaço no comércio internacional
- Rodrigo Simão
- há 3 dias
- 2 min de leitura

Stablecoins: o que são e por que estão ganhando espaço no comércio internacional
Nos últimos anos, as Stablecoins se tornaram um dos temas mais comentados no mercado financeiro global. Enquanto as criptomoedas tradicionais sofrem com forte volatilidade, as Stablecoins surgem como uma alternativa mais estável e previsível, características essenciais para operações de comércio exterior e gestão cambial.
Mas afinal, o que são Stablecoins e por que elas importam para empresas e pessoas que realizam transações internacionais?
O que é uma Stablecoin?
Stablecoins são criptomoedas projetadas para manter um valor estável, normalmente lastreadas em um ativo seguro, como:
Dólar americano (USD)
Euro (EUR)
Ouro
Títulos de dívida de baixo risco
Ou seja, enquanto Bitcoin ou Ethereum podem variar 10% em um único dia, uma Stablecoin como USDT (Tether) ou USDC (Circle) tende a acompanhar o valor do dólar quase em tempo real.
Como elas funcionam?
Cada Stablecoin adota um modelo de lastro diferente:
1. Lastreadas em moeda fiduciária (mais comuns)
Para cada unidade emitida, existe 1 dólar (ou equivalente) guardado em caixa.
Exemplos: USDT, USDC, BUSD.
2. Lastreadas em ativos (ouro, títulos do Tesouro, commodities)
O valor depende do ativo subjacente.
Exemplo: PAX Gold (PAXG).
3. Algorítmicas
Usam mecanismos automáticos para manter o valor estável, sem lastro físico. Menos comuns e mais arriscadas.
Exemplo: UST (que colapsou em 2022).
Por que as Stablecoins estão crescendo no comércio exterior?
✓ Agilidade
Transferências internacionais em Stablecoin podem ser liquidadas em minutos, sem depender de intermediários bancários.
✓ Baixo custo
Taxas reduzidas quando comparadas ao sistema bancário tradicional.
✓ Alta liquidez
Stablecoins lastreadas em dólar são aceitas globalmente e facilmente convertidas.
✓ Proteção cambial
Empresas conseguem “segurar” valor em dólar sem necessariamente operar câmbio tradicional.
✓ Transparência
Transações visíveis na blockchain, com rastreabilidade total.
Riscos e pontos de atenção
Apesar das vantagens, é essencial destacar que Stablecoins não são isentas de riscos:
Regulação variável entre países
Dependência do emissor manter o lastro
Possibilidade de bloqueio de carteiras (USDT e USDC possuem controle centralizado)
Exigência de compliance para grandes volumes
Ou seja, apesar de práticas, elas devem ser usadas com responsabilidade e orientação profissional.
Como as Stablecoins são usadas na prática?
Liquidação rápida de pagamentos internacionais
Recebimento de clientes estrangeiros
Envio de recursos para fornecedores
Gestão de caixa dolarizado
Operações em países com sistemas bancários restritivos
Empresas de tecnologia, importadores, freelancers internacionais e até operações B2B já utilizam Stablecoins como uma extensão moderna das remessas internacionais.
Stablecoins no Brasil
Com o avanço da regulação cripto (Lei 14.478/2022), o Brasil tem se tornado um dos mercados mais abertos ao uso de Stablecoins Exchange brasileiras já permitem:
compra em reais
conversão rápida para USD digital
envio e recebimento internacional
Para empresas, isso abre espaço para novas estratégias cambiais, especialmente para quem lida com volatilidade do dólar.
Conclusão
As Stablecoins representam uma evolução relevante na forma como empresas e pessoas realizam pagamentos internacionais, remessas e gestão de moeda forte. Não substituem completamente o câmbio tradicional, ainda, mas já são uma ferramenta poderosa para quem busca agilidade, previsibilidade e custos menores.
Se utilizadas com planejamento e gestão de risco, podem se tornar parte importante da estratégia financeira internacional.
